Bairro Alto...
Deambulando noite fora, parando aqui e além, observando o mundo que à minha volta ia mudando lentamente. Ia-se tornando mais alegre e ébrio consoante o tempo ia passando. Numa qualquer rua, uma colega desta noite estava em falta na contagem... dando pela sua falta voltei para trás. Fiz o caminho inverso lentamente. Lá estava ela, de cócoras à conversa com uma rapariga sentada num degrau de escada. Esta rapariga, que eu desconhecia, chorava... a minha colega falava com ela sem que eu conseguisse perceber do que se tratava (estava capaz de jurar que aquela rapariga que chorava já ali estava quando passei para baixo). Era um desgosto de amor... e rapariga falou, a minha colega ouviu, ponderou, aconselhou... disse piadas e a rapariga que chorava passou a sorrir (sim, é óbvio que foram piadas sobre homens... eu era como se ali não estivesse). Ele traíra-a... e já tinham havido agressões físicas (o sobrolho desta rapariga ainda ostentava a marca da última)...
Eu apenas olhava... e escutava... não disse uma palavra... enquanto elas falavam eu pensava para comigo "como é possível alguém tratar uma mulher desta forma?... e tão nova... como pode alguém deixar-se subjugar desta forma? Ela sofre por um animal!", e elas levantaram-se. A rapariga ria-se contagiada com a alegria da mulher que ia comigo... uma alegria que ela dá, mas que tantas vezes sei que não a sente...
As amigas daquela rapariga apareceram, já a procuravam havia algum tempo, e ela partiu feliz por uma desconhecida lhe ter limpo as feridas, por uma desconhecida lhe ter dado "algo" sem preço... um ombro amigo onde chorar.
Partimos... subíamos a rua quando ela disse: "É incrível!... Resolvo melhor os problemas dos outros do que os meus... mas resolvendo o dela... resolvi o meu.".
Pensando no que sei da sua vida... abracei-a e disse-lhe: "V, tu mereces melhor! Nunca mais deixes que ele te faça sofrer!"... e estava na hora de voltar para casa.
Eu apenas olhava... e escutava... não disse uma palavra... enquanto elas falavam eu pensava para comigo "como é possível alguém tratar uma mulher desta forma?... e tão nova... como pode alguém deixar-se subjugar desta forma? Ela sofre por um animal!", e elas levantaram-se. A rapariga ria-se contagiada com a alegria da mulher que ia comigo... uma alegria que ela dá, mas que tantas vezes sei que não a sente...
As amigas daquela rapariga apareceram, já a procuravam havia algum tempo, e ela partiu feliz por uma desconhecida lhe ter limpo as feridas, por uma desconhecida lhe ter dado "algo" sem preço... um ombro amigo onde chorar.
Partimos... subíamos a rua quando ela disse: "É incrível!... Resolvo melhor os problemas dos outros do que os meus... mas resolvendo o dela... resolvi o meu.".
Pensando no que sei da sua vida... abracei-a e disse-lhe: "V, tu mereces melhor! Nunca mais deixes que ele te faça sofrer!"... e estava na hora de voltar para casa.
7 Reparações:
anjo da guarda
:D um grande coraçao sem duvida!
as vezes ajudar os outros ajuda nos a nós...
identificamo nos com os problemas e, apesar de não serem os mesmos que os nossos, é como se fosse dar ao mesmo. ninguém deve sofrer por outra pessoa. a tua amiga foi muito porreira, mesmo sem conhecer a rapariga de lado nenhum. grande atitude.
O bairro e as saídas em geral fazem destas coisas. Vemos o melhor e o pior das pessoas. Gente anónima que por razão nenhuma se entreajuda, (quando não se passa aos insultos ou agressões). A tua amiga teve um gesto muito bonito. Deve ter tido um grande impacto sobre rapariga que ajudou. *****
V? humm... does H(e) knows?
Believe not... but who cares?
ouvindo os outros revemo-nos e falando exorcizamos os nossos medos e angústias... ao verbalizar organizamos as ideias e o caminho torna-se mais nítido. e é bom sentir que podemos ajudar os outro e percebermo-nos simultaneamente.=)
Enviar um comentário
<< Home